18 de julho de 2008

A saga de uma mudança - (Parte 2 - o técnico particular)

É isso aí, a saga da linha telefônica ainda não acabou...e aconteceu com o técnico que contratamos para levar a linha do quadro do prédio até a sala. Relembrando, ele esteve no local às 9:00hs da manhã e como não conseguiu disse que se tudo fosse resolvido pela OI, ele voltaria para fazer o serviço dele, e assim ficou combinado.

Por volta das 10:30, o técnico da OI já estava fazendo a parte dele, liguei para o técnico particular e ele disse que viria atender ao chamado e chegaria em poucos minutos. É, estou aguardando ele até hoje. O fato é que esperei ele até às 14:30 e ele já nem atendia mais minhas ligações. Que atendimento!

Indignada, reclamando, descobri que tinha outro que fazia o serviço e não exitei em ligar e ele prontamente veio, marcamos outro dia para o atendimento, ele atrasou 02 horas mas chegou e em 20 minutos estava funcionando. Conseguimos, telefone funcionando. E depois do estress de Junior no sábado, as atendentes ficaram monitorando a nossa instalação evitando que a nossa insatisfação aumentasse. O técnico para instalar a internet veio várias vezes até me achar no local e quando nos encontrou realizou seu serviço e em menos de meia hora estava funcionando.

Indignação - A saga de uma mudança (Parte 1 - a OI)

Volto após quase um mês sem postar e retorno indignada com a prestação de serviço em São Luís, explico. Por ocasião da mudança de nosso escritório (meu e de meu marido, Smith Junior) passamos por incontáveis horas de espera e de promessa pela realização do serviço contratado.

Vamos lá, tudo começou com a instalação da nova linha telefônica da única empresa de telefonia fixa que recebe fax, essa mesma que virou 03 em 01 (risos). Começou na loja franquiada, localizada na avenida colares moreira. Primeiro, só na terceira vez que fui a loja foi que em consegui ser atendida, devido ao grande número de usuários. Nesse dia o vendedor me informou sobre alguns planos e disse que de posse da documentação poderia voltar para solicitar a linha lá. Pensei: "beleza". Ok! Reuni a documentação necessária, voltei, passei meia hora esperando para no momento do atendimento um outro vendedor me dizer que lá não fazia o que eu precisava e que somente na loja que fica localizada próximo ao parque Bom Menino eu poderia solicitar a linha. Sem outra saída, fui lá, onde após alguns minutos fui muito bem atendida. Sendo que no momento da solicitação da linha, informei que precisaria do acesso a internet e gentil atendente me informou que ainda existem prefixos de linha que não estão aptos ao serviço de internet e que eu teria que estar presente no momento da instalação e pedir ao técnico para só instalar um número se fosse compatível com o serviço que eu precisava, pois simplesmente o sistema da digníssima empresa não gera a solicitação diferenciada. Bem, tivemos sorte, instalaram um número com prefixo compatível. Todavia, o técnico deixou o número no quadro do prédio só que sem dar sinal, mas nós não sabíamos disso e quando chamamos outro técnico, agora particular, para levar a linha do quadro para a sala, ele não conseguiu, exatamente porque o primeiro técnico não efetuou o seu serviço corretamente e a linha não emitia nenhum sinal. Ligamos para a empresa de telefonia, o atendente disse que iria entrar em contato com um técnico para que ele fosse ao local para detectar o erro. Passou meia hora, resolvi ligar, sabe o que ele disse? Que não tinha como entrar em contato com o funcionário pois ele não tinha telefone e que eu aguardasse durante toda a manhã, que quem sabe poderia aparecer alguém. Foi quando meu marido resolveu ligar e pediu para falar com uma pessoa que resolvesse e somente após nóa nos estressarmos foi que conseguimos a presença de um técnico que chegou após aproximadamente 40 minutos. Ufa! Esse resolveu até onde ele podia mas eu ainda não tinha linha na sala. Para ter linha na sala precisamos do técnico que esteve no local no horário combinado e que não pode trabalhar porque o serviço do primeiro técnico da telefônica não foi feito corretamente (retrabalho). Conclusão: perdi uma manhã de sábado até as 14:30 para ter a linha instalada na sala e ainda não foi neste dia...É assim que as empresas tratam os clientes e isso acontece porque não tem concorrência.

22 de junho de 2008

Beduino - a verdadeira comida árabe


Que delícia!
Inaugurado há poucos meses, o Beduíno é mais uma excelente opção para saborear uma deliciosa comida árabe. Ambiente aconchegante e um atendimento excelente sob a supervisão do proprietário Marcos Fiquene que nos indicou pratos deliciosos. Além disso, Marcos não descuida nem um minuto do alto padrão de qualidade da comida e ainda consegue proporcionar aos seus clientes um preço justo. O que você está esperando? Vá lá!
Se você não gosta de comida árabe, vá lá do mesmo jeito. No cardápio estão inclusas outras receitas como panquecas, filé a parmegiana e muito mais. Eu, no entanto sugiro: de entrada as esfirras, depois o quibe cru acompanhado de pão sírio, para completar o charuto de folha de parreira e para finalizar o quibe na coalhada. É verdade, confesso, cometi o pecado da gula!

11 de junho de 2008

De olho na moda.




É amanhã a apresentação do desfile da coleção feita como trabalho de conclusão do curso Superior Tecnológico de Moda e Estilo do Uniceuma. Chico trabalhou junto a comunidades de Barreirinhas e desenvolveu sua coleção utilizando-se de nas materias-primas regionais.
Trabalhar a moda com matéria-prima regional é uma tendência no mundo da moda, visto que eventos valorizando a utilização de produtos naturais vem surgindo. Em São Paulo, no mês de março deste ano aconteceu o desfile "Talentos do Brasil" com a participação do estilista mineiro Renato Loureiro que também fez seu trabalho nas comunidades de Barreirinhas e Tutóia.


10 de junho de 2008

São Luís merece...


Hummmmm sinto o cheiro no ar.
Inaugura hoje em São Luís mais uma opção de pizzaria, a Babbo Giovanni. Giovanni Tussado, incentivado pelo amor a Celeste com quem ele queria casar, tornou-se o "primeiro pizzaiolo do Brasil que se tem notícia quando em 1917 criou a sua pizza. (site:http://www.babbogiovanni.com.br/historia.htm) Uma história de amor que deu, e continua dando certo por mais de um século. Vamos lá conferir os sabores.

20 de maio de 2008

Clínica Escola do curso de Estética e Cosmetologia do UNICEUMA

Parabéns ao UNICEUMA, a professora e coordenadora do curso Solange Bacelar pela excelente instalação da Clínica Escola do Curso de Estética e Cosmetologia. Participei de uma aula de tratamento facial da professora Vera Amengol com as alunas: Francisca, Márcia, Suely, Verbenia, Gilcélia e Luciêda dentre outras, onde foi feito um diagnóstico da minha pele e identificado a necessidade maior de hidratação. Passei por um processo de revitalização com máscara que permite ao mesmo tempo a eletro-estimulação. Que maravilha! Saí de lá com a pele muito mais rejuvenescida. Fui então orientada a utilizar os tipos adequados de produtos e recebi a recomendação de dedicar mais tempo à hidratação do rosto.
Agora para quem quer ter aquele tratamento VIPérrimo é só marcar com a professora Vera em sua clínica Carpe Diem lá ela oferece além dos tratamentos faciais muitos outros serviços, vale a pena ir conhecer. A clínica localiza-se na lagoa, próximo da Gym, o fone para contato é: (98) 3235-6333.
Meus agradecimentos em especial a professora Vera e as alunas que dedicaram total atenção em meu atendimento, sem esquecer de todas as outras alunas que também estavam na aula atendendo outras pessoas.
Para quem quiser participar das aulas práticas na clínica escola é só ir lá ao UNICEUMA do Renascença, perguntar onde fica a Clínica Escola de Estética e Cosmetologia e marcar o dia do seu atendimento. No dia do seu atendimento você paga uma taxa mínima de R$ 20,00 (vinte reais). Informe-se também sobre os dias da semana e horário que estas aulas acontecem e também outras aulas além desta de tratamento facial temos a de tratamento capilar.

9 de maio de 2008

Responsabilidade Sim. Enganar o Povo Não!

























Ontem o jornalista Walter Rodrigues em sua palestra no Uniceuma citou uma passagem da obra prima de Dante Aligueri, A Divina Comédia. Em sua obra, Dante Aligueri, diz que o castigo dos indiferentes é sofrer de indiferença por toda a eternidade.

Lembrei desta citação de Walter Rodrigues hoje quando vi o folder (acima) que recebi na Toca da Empada. Como podemos ficar indiferentes as atitudes dos políticos apregoando como sendo a resolução de todos os problemas sociais o fechamento dos bares, restaurantes e lanchonetes em hora pré-determinada. É realmente uma medida muito fácil (para eles). É quase como um toque de recolher. Imaginem só a tal hora da noite nada mais vai funcionar, portanto todos estarão dentro de suas casas. É isso que você quer para você e seus filhos? Já vivemos aprisionados enquanto os marginais estão soltos e agora com estas medidas como será?

Devemos nos indignar e não ficarmos atônitos ou indiferentes, pois estas medidas somente aumentarão todos os já graves problemas sociais que nossa população enfrenta. As indústrias irão vender menos, os comércios também, menos pessoas estarão empregadas, ou seja, fábricas e comércios fecharão as portas, mais pessoas ficarão desempregadas, gerando assim menos receita ao próprio estado. E nós, amedrontados, presos dentro das nossas próprias casas.

Porquê todos nós como profissionais somos cobrados a fazer nosso serviço bem feito. Como consumidores exigimos produtos e serviços bem elaborados. Por que como eleitores não cobramos o mesmo dos políticos que elegemos? Por que os governantes não conseguem fazer a "lição de casa"?

Fica aí a minha indignação.

6 de maio de 2008

1ª Jornada de Comunicação e Marketing do Uniceuma


Vamos lá! Participem da 1ª Jornada de Comunicação e Marketing do Uniceuma. Começa hoje. Vejam a programação (clique em cima da figura acima para visualizar melhor). Participações especiais da professora Adriana Carvalho abrindo a jornada e nomes como Daniel Caracas, Ilson Mateus e Walter Rodrigues só para citar alguns.

3 de maio de 2008

Qual a sua opinião sobre o sistema de cotas?

O sistema de cotas da forma como vigora em nosso país acredito ser muito mais um processo discriminatório do que política de inclusão, deixe-me explicar. Concordo plenamente com a infeliz realidade pela qual passaram os negros ao longo da história do nosso país. A respeito dessa questão, consideremos o trecho abaixo, de Chico Buarque onde o mesmo já contava na letra do samba Vai Passar, o sofrimento e a discriminação dos negros.

“[...] Ao lembrar que aqui passaram sambas imortais. Que aqui sangraram pelos nossos pés. Que aqui sambaram nossos ancestrais. Num tempo página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória. Das nossas novas gerações. Dormia a nossa pátria mãe tão distraída sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações. [...]” GRIFO NOSSO

Entretanto, não somente eles, mas também o índio sofreu e sofre até hoje discriminação. Os descendentes destas duas raças são certamente os que menos detêm poder aquisitivo no Brasil e por esta condição, o que mais os negros e índios têm em comum é o fato de serem os que mais utilizaram os serviços da escola pública. Não é novidade para ninguém que o dia a dia das escolas públicas do nosso país é de enfrentamento de inúmeras deficiências.
É importante salientar que a educação pública no nível fundamental e médio não prepara os alunos para entrarem no concorrido vestibular das também públicas, Universidades. Bem, é por este motivo que discordo do sistema de cotas. Em minha opinião acredito a seleção para ingresso nas universidades deveria continuar sendo por mérito e não a cor da pele ou qualquer outro fator. Por oito anos presidente da CCV – Comissão Coordenadora do Vestibular, o professor Mauro Villar de Queiroz deixou seu exemplo na tentativa de evitar a exclusão dos alunos oriundos das escolas públicas. Ele organizava reuniões com os diretores de todas elas para saber se alguma parte do conteúdo não havia sido ministrada e mediante esta informação orientava os professores que formavam a comissão que elaborava as questões do vestibular para não abordar determinado assunto. Essa foi a forma que ele encontrou de minimizar as diferenças na qualidade do ensino.
Mas mesmo assim, se é de ter algum sistema de cotas que seja pela condição econômica e não racial. Desta forma, alunos das escolas públicas deveriam ter o direito a se não à totalidade pelo menos 80% das vagas reservadas e apenas 20% para os ex-alunos das escolas particulares. Isto posto que os alunos das escolas particulares têm condições financeiras de arcar com os custos das universidades particulares e os oriundos das escolas públicas dependem muitas vezes de empréstimos ou créditos educativos para poder realizar o sonho da graduação e muitos por não conseguirem nenhuma destas opções de financiamento acabam largando o curso. Esta situação sim, é de exclusão.

27 de abril de 2008

Palestra com Janaína Macêdo Gradvohl (leia-se Guapa Loca)


Convidei a amiga e empresária *Janaína Macêdo Gradvohl – proprietária e idealizadora da marca Guapa Loca – para proferir uma palestra aos alunos dos cursos de Marketing e Propaganda e Desing em Moda (do UniCeuma) sobre planejamento estratégico da empresa (Guapa Loca) e das coleções de sapatos, bolsas e acessórios que são lançadas no mercado nacional e internacional.

A idéia do convite surgiu pelo fato dela ser uma pessoa dinâmica, competente e comprometida com a qualidade em tudo o que faz, ou seja, é uma empresária com requisitos suficientes para mostrar aos nossos alunos o quanto o marketing e o planejamento são necessários à uma organização do século XXI.

A palestra ocorreu na terça-feira, dia 22 de abril, no auditório Josué Montello com a participação da turma de Design em Moda do 3º período levada por mim; da turma (também de Design em Moda) do 4º período que neste dia estava a cargo da Professora Msc. Ana Barbieri e da turma do 3º período de Marketing e Propaganda conduzida pela Professora Esp. Aulinda Lima.

Esteve também presente à palestra, a convite da Janaína Macedo Gradvohl, a consultora de imagem, moda e estilo, Rafaela Albuquerque.

Nos dias em que se sucederam ao evento fiquei, como professora, realizada por ouvir, tanto do corpo discente como do docente, que a palestra foi importante e o quanto a empresária Janaína Macedo Gradvohl conseguiu transmitir a todos nós a importância dos conceitos estudados em sala de aula.

*Janaína M. Gradvohl é formada em Publicidade e Propaganda pela UNIFOR com especialização em Gestão de Negócios.

23 de abril de 2008

Workshop com o Professor Alexandre Luzzi de Las Casas


Foi excelente a oportunidade de participar do workshop oferecido pela editora Atlas no último dia 05 aos professores das instutuições de ensino superior de São Luís-Ma, com a presença do professor Alexandre Luzzi de Las Casas, autor de vários livros na área do marketing, onde destaco Marketing: conceitos, exercícios e casos. O livro citado adoto nas aulas que ministro nos cursos de Marketing e Propaganda; e Desing em Moda. Na foto acima, da esquerda para a direita: Profª Aulinda Lima, Profº Alexandre Luzzi de Las Casas, Profª Raquel de Queiroz (eu) e Profª Ana Christina Gratz.

16 de janeiro de 2008

A dicotomia no magistério superior público e privado

A dicotomia no magistério superior público e privado.

Raquel Lopes Villar de Queiroz [1]

RESUMO
Este trabalho busca proporcionar elementos críticos sobre as diferenças contraditórias enfrentadas no magistério superior em instituições públicas e privadas. Temos de um lado as instituições públicas onde os professores são instigados a buscar seus títulos de mestre, doutores e até pós-doutores aliado ao incentivo à pesquisa e de outro as instituições privadas onde não há verbas para a pesquisa e embora estejam sendo cobrados pelo MEC a possibilitar aos seus professores o aperfeiçoamento através dos cursos de pós-graduação, normalmente contratam professores que já possuam as qualificações necessárias a fim de não ter de investir. Outrossim, temos o lado dos alunos. A estratificação do conhecimento se dá economicamente quando os pais com maior poder aquisitivo conseguem pagar colégios particulares dando aos filhos maior oportunidade e acesso, facilitando a eles maior chance de ingressar em uma universidade pública e dispor assim dos professores com maior nível de graduação enquanto aos pais com menor poder aquisitivo, criam os filhos freqüentando escolas públicas com inúmeras deficiências, pois estas escolas a muito tempo deixaram de ser referência e consequentemente poucos destes alunos conseguirão ultrapassar a grande concorrência dos vestibulares das universidades públicas restando passar para instituições privadas onde talvez não consigam terminar o curso por não conseguir pagar suas mensalidades.


Palavras-chave: Educação pública. Educação privada. Professores. Alunos.

1. INTRODUÇÃO
Pesquisando sobre a história da educação no Brasil vemos o quanto ela é contraditória, senão vejamos: o ensino fundamental e médio que no início do século passado tinham certo reconhecimento e era de qualidade, passou por um processo de sucateamento em função da abertura de concessões ao setor privado. Além disto, o ensino superior também passou pelo mesmo processo com a liberação de concessões na década de noventa.
Observa-se, entretanto, que a prática político-econômica denominada neoliberalismo acarretou diversas questões que influenciaram diretamente no investimento ao setor da educação. Professores e alunos são as partes afetadas que evidenciam a situação dicotômica criada pelo neoliberalismo. Algumas destas questões são relativas à estratificação do ensino na rede pública e privada as quais vamos discutir buscando maior entendimento.
Inicialmente faremos uma breve retrospectiva de como era o ensino. Depois mostraremos os interesses que levaram a atual situação dicotômica do magistério superior público e privado.


2. A DICOTOMIA NO MAGISTÉRIO
No início do século XIX, não existiam escolas particulares, portanto as escolas públicas eram responsáveis integralmente pela educação, do nível fundamental ao superior. Nesta época não havia discriminação. Independente do poder aquisitivo dos pais, os alunos poderiam estudar em uma mesma escola. O conteúdo ensinado em uma escola localizada em um bairro de periferia era o mesmo ensinado em uma escola localizado em um bairro de classe média.
Esse caráter “social” do capitalismo durou até fins da década de 1970 e início da década seguinte, quando os EUA se deram conta de que era insustentável a conversibilidade do dólar em ouro. [...] Tornou-se imperioso para o sistema recuperar a rentabilidade do capital. Em função deste objetivo várias medidas foram adotadas: golpes de estado para estancar o avanço de conquistas sociais (caso do Brasil em 1964, quando foi derrubado o governo João Goulart), [...] (BETTO, Frei. 2006)
Este foi talvez o motivo principal, o que levou a mudança de rumo da educação induzindo a estratificação. Em seguida, interesses capitalistas despertaram outros motivos. Abriram-se as portas da privatização. O governo começou a liberar concessões.
Porém o ensino das escolas públicas continuava muito bom e por isto não havia motivo que fizesse os pais trocarem seus filhos de algo que era bom e gratuito para algo que não era bom e ainda era pago.
Durante duas décadas de ditadura (1964/85), as afinidades políticas dos empresários do ensino com os governos militares abriram caminho para mais e mais representantes de escolas, faculdades e universidades privadas nos conselhos de educação. Tornando-se maioria, eles passaram a legislar em causa própria. Os resultados foram expressos em cifras estatísticas e financeiras. Impulsionados pela demanda de vagas, pelo freio na velocidade de expansão das redes públicas de ensino e, especialmente, pelas normas facilitadoras, as instituições privadas de ensino multiplicaram-se em número e cresceram em tamanho. Em qualquer capital de estado e até mesmo nas cidades médias do interior, pequenos ginásios e cursinhos pré-vestibular acumularam capital, alunos pagantes e níveis de ensino. Alguns viraram universidades. Mais recentemente, as instituições privadas de ensino ingressaram no lucrativo serviço de franquias. (CUNHA, Luis Antônio. Pág. 45, 46) GRIFO NOSSO.
Com este freio dos investimentos nas escolas, aconteceu naturalmente a transferência dos alunos da rede pública para a privada. Ao mesmo tempo em que os alunos mudaram os professores também foram atraídos ao ensino privado por condições de trabalho melhores. Como citou Frei Betto em seu artigo sobre neoliberalismo:
O capitalismo transforma tudo em mercadoria, bens e serviços, incluindo a força de trabalho. O neoliberalismo reforça, mercantilizando serviços essenciais, como os sistemas de saúde e educação, fornecimento de água e energia, sem poupar os bens simbólicos – a cultura é reduzida a mero entretenimento; ...
Esta realidade gerou no ensino superior a dicotomia que atingiu nos dias de hoje seu auge, se não vejamos.
Os estudantes das escolas particulares têm alto nível de ensino, professores qualificados e bem pagos que não faltam e ainda gozam de recursos didáticos. Situação diferente é a vivida pelos estudantes das escolas públicas, que têm baixo nível de ensino devido a alguns problemas como: professores mal remunerados e sem condições de aperfeiçoamento, greves, falta de bibliotecas, entre outros.
Na instancia do magistério superior, destacamos as universidades públicas que durante anos formaram catedráticos de alto gabarito investindo em mestrado e doutorado e ainda pós-doutorado dentro e fora do país. Enquanto isto, as novas universidades e centros de ensino superior da rede particular não investem nos profissionais, em sua maioria, limitam-se apenas a contratar os professores da rede pública que não possuem contrato de exclusividade e já detêm os requisitos de pós-graduação exigidos pelo MEC. E são eles, os catedráticos que mantém o alto nível do ensino nas universidades públicas.
O que podemos pensar então sobre o futuro da educação? Vislumbramos um futuro onde estes catedráticos de alto nível estarão aposentados e isto é apenas o que falta para que as universidades públicas cheguem ao mesmo nível das escolas públicas do ensino fundamental e médio. Após esta análise só nos resta projetar as seguintes perspectivas, que são:
i. Ou acontecerá com as universidades públicas o mesmo que aconteceu com as escolas do ensino fundamental e médio, que foi o total descaso com infra-estrutura, pesquisa e extensão, a contratação de professores sem exclusividade e a redução dos investimentos em pós-graduação ofertados aos professores.
ii. Ou o governo volta a investir no ensino fundamental e médio para tentar remediar o alto nível de analfabetismo melhorando as condições de trabalho e remuneração, reinvestindo em infra-estrutura e aumentando os recursos facilitadores do aprendizado.
No mundo hodierno, pensamos que a melhor e mais consistente solução para o nosso país é deixar o ensino superior por conta dos particulares e o governo, dedicar os esforços para as escolas de nível fundamental e médio buscando resgatar a dignidade do povo através da erradicação do analfabetismo.
Com as mudanças na política econômica mundial e a criação e conseqüente expansão do ensino particular devemos parar para refletir qual seria então a função do ensino público e gratuito, se não o de beneficiar a população de condições sócio-econômica inferior.
Porém os estudantes que não tem condições de pagar pelo estudo não conseguem usufruir deste sistema de gratuidade, pois passar pelos vestibulares é muito difícil pelo elevado nível das provas e também pela concorrência porque durante toda a vida de estudante sofreram com um ensino de baixíssima qualidade.
Este quadro gera a atual realidade que é:
1. Alunos das escolas pagas freqüentam universidades gratuitas. Segundo artigo de Antônio Góis que é repórter a Folha de S.Paulo,
Os estudantes da rede pública são minoria na USP. Já são minoria no momento em que se inscrevem no vestibular e passam a ser minoria da minoria entre os aprovados. Nos cursos mais concorridos, então, como Medicina, Odontologia e Jornalismo, são quase raridade.”
2. Alunos das escolas gratuitas tentam freqüentar universidades pagas. [...] Para o setor privado, o governo federal oferece o Programa de Crédito Educativo, que propicia aos beneficiados reembolsarem o valor das anuidades num prazo 50% maior que o do financiamento, com um ano de carência. (CUNHA, Luis Antônio. Pág. 55)
Ou seja, o governo está deixando de investir nas universidades públicas para financiar os estudos de pessoas carentes, que não tem base e por isto não passam nos vestibulares das públicas, nas escolas particulares e ainda assim muitos não conseguem esta “chance” ficando sem oportunidade de freqüentar o ensino superior.
Mudanças precisam acontecer para que a grande maioria da população tenha a possibilidade de aprender a ler e por mérito, ao longo da vida de estudante, conseguir uma bolsa de estudo ou mesmo um crédito educativo em uma universidade. Não é a fórmula ideal, mas no momento é a melhor saída. Pior é como está, a grande maioria sem condições nem para ter boa educação básica e somente com muita garra alguns conseguem chegar a universidade e destes uma minoria se forma.


3. CONCLUSÃO
Somente quando a sociedade, as empresas e o governo estiverem unidos com um mesmo objetivo é que poderemos sair deste estado de letargia que se encontram as reformas e o desenvolvimento dos professores.
O limite da educação está definido por uma sociedade que dá oportunidades para que o conhecimento chegue a todos, porém a intelectualidade, ou seja, a possibilidade de transformar o conhecimento em conceitos é garantida a poucos.
Nossa discussão sobre o assunto é apenas uma agulha em meio ao palheiro. Precisamos sim, manter a consciência sobre todos os problemas enfrentados no magistério e buscar sempre soluções. Porém como vivemos em sociedade, um assunto leva a outro, e para que possamos desenvolver bem nossas atividades precisamos que os alunos cheguem mais bem preparados o que depende da situação da base. O capitalismo poderia viver melhores dias com pessoas mais preparadas.
O ensino a distância já faz parte do nosso presente e deverá se tornar muito mais em nosso futuro. Não só na formação dos alunos em seu nível superior como também aperfeiçoando professores em lugares distantes.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRIOLI, Antônio Inácio. As políticas educacionais no contexto do neoliberalismo. Revista Espaço Acadêmico, Ano II, n.13, jun/2002, ISSN 1519.6186.

CUNHA, LUIZ ANTÔNIO. O ENSINO SUPERIOR NO OCTÊNIO FHC. Educ. Soc., Campinas, vol. 24, n. 82, p. 37-61, abril 2003.

FGV. A Era Vargas. Disponível em: . Acesso em: 25/10/06

FREI, Betto. O QUE É NEOLIBERALISMO. Adital, Notícias da América Latina e Caribe. Disponível em: <http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=15768>.
Acesso em: 07 de Dez de 06.

GENNARI, Emílio. Um breve passeio pela história da educação. Revista Espaço Acadêmico, n.29, out/2003, ISSN 1519.6186.

GÓIS, Antônio. O massacre do ensino público. Disponível em:<http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/a_gois/id270802.htm>. Acesso em: 17 de Nov de 06.

ROMÃO, José Eustáquio. Civilização do Oprimido. Disponível em: <http://www.paulofreire.org/Biblioteca/coprim.htm>. Acesso em 26/10/06.


















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[1] Graduada em Administração de Empresas (UNICE) e Consultora de Empresas. E-mail: rvqs@hotmail.com